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Pós-pandemia - Como está nossa saúde mental? - 02/03/2023
Pós-pandemia - Como está nossa saúde mental?

Enfrentamos uma segunda pandemia, desta vez na Saúde Mental. O impacto emocional das perdas familiares, o sentimento de medo, a falta de socialização e a instabilidade no trabalho aumentaram o nível de estresse e sofrimento psíquico dos brasileiros. “O aumento nos transtornos ansiosos e depressivos é uma tendência dos últimos anos, mas atingiu patamares muito mais alarmantes após a crise sanitária”.

Números do Datasus apontam que o total de óbitos por lesões autoprovocadas dobrou nos últimos 20 anos, passando de 7 mil para 14 mil. Dados anteriores à pandemia já apontavam episódios depressivos como a principal causa de pagamento de auxílio-doença não relacionado a acidentes de trabalho, correspondendo a 30,67% do total, seguida de outros transtornos ansiosos (17,9%).

Lapsos de memória, depressão e ansiedade podem estar relacionados às sequelas cerebrais da covid-19, além dos impactos sociais do isolamento e das perdas.

No primeiro ano da pandemia de covid-19, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou cerca 25%, de acordo com estimativa da Organização Mundial da Saúde.

Em 2020, a entidade já alertava para a necessidade de manutenção dos serviços de assistência à Saúde Mental e ampliação dos atendimentos.

As pessoas reagem de maneira diferente a situações estressantes. Como cada um responde à pandemia pode depender de sua formação, da sua história de vida, das suas características particulares e da comunidade em que vive. Os grupos que podem responder mais intensamente ao estresse de uma crise incluem:

– pessoas idosas ou com doenças crônicas que apresentam maior risco se tiverem Covid-19;

– profissionais de saúde que trabalham no atendimento à Covid-19;

– pessoas que têm transtornos mentais, incluindo problemas relacionados ao uso de substâncias.

O aumento dos sintomas psíquicos e dos transtornos mentais durante a pandemia pode ocorrer por diversas causas. Dentre elas, pode-se destacar a ação direta do vírus da Covid-19 no sistema nervoso central, as experiências traumáticas associadas à infeção ou à morte de pessoas próximas, o estresse induzido pela mudança na rotina devido às medidas de distanciamento social ou pelas consequências econômicas, na rotina de trabalho ou nas relações afetivas e, por fim, a interrupção de tratamento por dificuldades de acesso.

Esses cenários não são independentes. Ou seja, uma pessoa pode ter sido exposta a várias destas situações ao mesmo tempo, o que eleva o risco para desenvolver ou para agravar transtornos mentais já existentes.

O distanciamento social alterou os padrões de comportamento da sociedade, com o fechamento de escolas, a mudança dos métodos e da logística de trabalho e de diversão, minando o contato próximo entre as pessoas, algo tão importante para a saúde mental.

O convívio prolongado dentro de casa aumentou o risco de desajustes na dinâmica familiar. Somam-se a isso as reduções de renda e o desemprego, que pioram ainda mais a tensão sobre as famílias. E, ainda, as mortes de entes queridos em um curto espaço de tempo, juntamente à dificuldade para realizar os rituais de despedida, dificultando a experiência de luto e impedindo a adequada ressignificação das perdas, aumentando o estresse.

Por esse motivo, precisamos voltar a nossa atenção aos cuidados da saúde mental.

1. Adote uma alimentação saudável

A alimentação equilibrada é indicada em qualquer contexto de saúde. Mas você sabia que ela tem uma relação estreita com a saúde mental? Primeiramente, um cardápio rico e variado em vegetais e alimentos saudáveis é capaz de fornecer nutrientes importantes para o bem-estar.

Isso porque ajuda a manter o bom funcionamento do organismo. Isso inclui as funções cerebrais — como memória e cognição —, a produção de hormônios relacionados ao humor, ao sono e ao bem-estar, além dos níveis de energia.

Pessoas com transtornos mentais, como a depressão, apresentam um estado leve de inflamação crônica. A alimentação saudável pode ajudar a combater esse processo inflamatório, enquanto um cardápio disfuncional pode contribuir para o agravamento. Sendo assim, se você ainda não mantém uma dieta equilibrada, busque a ajuda de um nutricionista.

2. Faça uma terapia com profissional

É comum que as pessoas achem que terapia com profissional é algo indicado somente em casos graves de doenças mentais e emocionais, mas isso não é verdade. Se pensarmos que todos nós temos nossos próprios problemas e que, muitas vezes, não sabemos lidar com eles, a lógica é que devemos procurar auxílio de um especialista.

Você não precisa esperar chegar ao limite para buscar a terapia. O tratamento psicológico dá o suporte necessário para conviver com os medos, aumentar a autoconfiança, lidar com os sentimentos, livrar-se das dependências e criar relações mais saudáveis. Todos esses benefícios se refletem não somente na vida pessoal, como na carreira e nos relacionamentos.

3. Invista na qualidade do seu sono

Dormir bem é mais importante do que se pode imaginar. É durante o sono que o nosso organismo se regenera e faz as regulagens necessárias. Para você ter uma ideia, quem dorme mal pode ter a imunidade baixa por conta da produção ineficiente de anticorpos.

Quando falamos em saúde mental, podemos notar ainda mais a importância do sono de qualidade. Não é à toa que algumas pessoas que dormem mal acordam de mau humor, pois essa condição favorece o estresse e prejudica a regulação emocional. A saúde emocional das mães de recém-nascidos é um bom exemplo disso.

Vale lembrar que dormir com qualidade se caracteriza por horas seguidas de sono, sem ou pouca interrupção, e um despertar com sensação de energia recarregada. Ou seja, não está exatamente relacionado a muitas horas, mas o suficiente para o descanso merecido e bem-estar.

4. Pratique exercícios físicos

A prática regular de atividades físicas é recomendada não apenas por questões estéticas, mas também pela saúde. Exercitar-se frequentemente melhora a circulação sanguínea e, consequentemente, o sistema cardiovascular. Além disso, leva mais nutrientes e oxigênio para as células.

Dessa maneira, faz parte dos hábitos que previnem doenças. Na questão de saúde mental, o papel das atividades físicas é primordial. Durante os exercícios são liberados hormônios que trazem sensação de prazer e bem-estar. Isso pode ajudar não somente a evitar problemas emocionais, como também ser um aliado no tratamento desses transtornos.

5. Saiba escolher com quem se relaciona

O relacionamento tóxico é aquele em que uma pessoa exerce certo poder sobre a outra, que se sente mal, por mais que nem perceba. Infelizmente, eles são mais comuns do que imaginamos e podem acontecer em qualquer relação, como as de trabalho, amizade, afetiva ou entre pais e filhos.

Uma relação saudável apresenta diálogo, compreensão, acolhimento e valorização. Ambas as partes do relacionamento têm liberdade de escolha, ou seja, não há sensação de domínio, medo e submissão. Se você reconhece que está em um relacionamento tóxico, é importante se libertar dele.

6. Pratique o amor-próprio

Na correria do dia a dia, muitas vezes, não paramos para nos contemplar. Qual foi a última vez que você parou, enumerou as suas qualidades e se sentiu bem na própria pele? Saiba que esse momento de autocuidado e amor-próprio é muito importante para a saúde mental.

Vivemos um momento em que as críticas parecem vir de todos os lados e é comum que nos deixemos abalar por elas. Com isso, a autoestima é prejudicada e passamos a nos enxergar menos. Se você é do time de pessoas que cuida de todo mundo da família e se deixa por último, tire um tempinho para se admirar e praticar o amor-próprio.

7. Tenha um tempo para meditar

A meditação é uma técnica que conduz a mente para o estado de relaxamento por meio de respiração adequada e foco. Dessa maneira, diversos benefícios podem ser aproveitados, principalmente os que envolvem a saúde mental, como redução do estresse e da ansiedade, melhora do sono e potencialização da memória e da atenção.

Segundo pesquisa publicada na revista científica Health & Place, a qualidade do ar influencia diretamente as doenças mentais — quanto pior, maior o risco de enfermidades. Sabemos que nem sempre é possível morar em um lugar com ar puro, mas você pode aproveitar para ir até um local em meio à natureza para meditar e inspirar um ar de melhor qualidade.

Nós da GT Psicologia estamos à disposição para esclarecer qualquer dúvida, assim como lhe receber, acolher e ouvir você.

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