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Como lidar com a competição no processo seletivo? - 02/07/2021
Como lidar com a competição no processo seletivo?

Como lidar com a competição no processo seletivo?

Não há como negar que existe competição no processo seletivo. Afinal, você está ali com outros candidatos e o recrutador está realizando a avaliação para saber quem apresenta a maior capacidade de lidar com os desafios da vaga. Sendo assim, obviamente, você está competindo.

Mas existe um problema nisso! Muita gente enxerga e lida com essa competição de forma distorcida.

E, é claro, sempre que você deixar isso acontecer, o seu desempenho será afetado. Com isso, geralmente, a resposta no processo seletivo será pior.

Se você entra nas fases presenciais, como entrevista de emprego, analisando todos que estão na sala e fica muito preocupado com quem terá mais chances de ser contratado, esse artigo será um divisor de águas na sua vida.

Cuidado com o sentimento de inferioridade

Ao participar de processos seletivos, eu tinha uma preocupação na minha cabeça: se entrasse em uma dinâmica de grupo ou sala de espera e me deparasse com um japonês, entrava em pânico.

Isso porque sempre associava os japoneses aos mais inteligentes. Por isso, ficava em choque e começava a pensar que não teria um desempenho satisfatório na seleção. Consequentemente, não seria contratado.

Ou seja, já pensava no pior cenário, o que é muito ruim. Isso é o que eu chamo de distorção sobre essa análise de competição.

A disputa está existindo, mas se eu ficar tão preocupado com o japonês, vou me sentir inferiorizado no processo seletivo. E ter esse sentimento fará com que o meu desempenho não seja o melhor.

Na dinâmica de grupo, é possível que eu sempre considere os feitos do japonês como mais impactantes e as minhas conquistas como menos valiosas.

Esse tipo de pensamento irá fazer com que eu tenha menos energia no processo. Desse modo, talvez, responda com certa despreocupação ou achando que o japonês já ganhou a vaga.

Por que isso acontece? Obviamente por subentender que as chances de conseguir a oportunidade são menores. Assim, é como se eu já entrasse no processo seletivo como um derrotado.

Não pense que isso é papo de coach ou motivacional: é muito comum encontrar candidatos que vivenciam o que relato aqui.

Se você entrar em uma seleção se considerando inferior, claramente, o seu desempenho vai ser pior e muito abaixo do que deveria. Você não vai demonstrar tanta energia e não apresentará todas as suas habilidades adequadamente!

Cuidado com o sentimento de superioridade

Por outro lado, às vezes, você pode entrar no processo seletivo e fazer um julgamento prévio. Ou seja, olhar para os candidatos e achar que tem mais experiência e conhecimento, estando mais preparado para a vaga.

O problema é que isso pode causar a sensação de que a oportunidade já está na sua mão. E que, talvez, não precise se dedicar tanto para conquistar a vaga.

Essa análise pode te tornar um pouco arrogante e te deixar mais tranquilo do que deveria. O resultado disso? Irá participar das fases presenciais sem a energia esperada. Afinal, na sua análise, se percebeu superior e, consequentemente, vencedor.

Para exemplificar do que estou querendo dizer, pense se já aconteceu o seguinte com você: entrou no processo seletivo, olhou as pessoas e viu que aparentam preocupação e desânimo.

Na hora da apresentação, uma diz que não tem superior completo e outra comenta não ter experiência. Como você tem superior completo e experiência profissional, começa a se comparar com os demais e imagina que, aparentemente, está melhor posicionado do que eles.

Acredite: isso acontece de forma natural. Portanto, esteja sempre atento aos julgamentos e às análises no decorrer do processo seletivo para não cair em armadilhas!

Não se considere superior e nem relaxe demais na seleção. Isso é preocupante porque pode fazer com que você não demonstre todo o seu potencial nas etapas com o recrutador ou gestor.

Cuidado com a pressão da competição

Outra situação comum envolvendo competição no processo seletivo é aquela na qual você entra em uma dinâmica de grupo e fica em pânico.

É como se olhasse o recrutador te analisando e sentisse uma preocupação muito forte em apresentar resposta para tudo e destacar que tem habilidade e consegue desempenhar o papel exigido pela função.

No desespero de tentar competir com os demais, você pode se tornar um candidato super arrogante. Aquele que fica tão ansioso em demonstrar trabalho e competência que, por exemplo, não ouve os outros candidatos.

Se a dinâmica de grupo envolve a necessidade de discutir e chegar em um acordo, você fica entregando a sua opinião para todos e forçando que ela seja aceita.

Os recrutadores sentem esse comportamento de longe e não é o profissional que querem contratar. Eu, como responsável por seleções, não vou escolher alguém que, quando está em um ambiente de competição, se desespera, força e quer mostrar ser o melhor.

Muito pelo contrário: eu prefiro quem reconhece as suas deficiências e aproveita o grupo como um todo, pedindo e ouvindo os pontos de vista. Ou seja, complementando a sua ideia com os pensamentos diversos!

Em uma dinâmica de grupo, a proposta é ter equilíbrio: saber ouvir e se posicionar. Oferecer e defender a sua opinião, mas ser flexível para mudá-la quando necessário!

Tome cuidado com esse comportamento desesperado de demonstrar que é o melhor a qualquer custo. Isso acontece e não vai te ajudar. Nós, recrutadores, percebemos e não gostamos!

O que fazer, então, nesse ambiente de competição que é o processo seletivo?

Antes de tudo, você precisa reconhecer que nunca vai conseguir fazer uma comparação em relação aos demais candidatos porque não sabe da trajetória deles. Por isso, não tem como definir se, realmente, são melhores que você.

Quem faz isso é o recrutador! É ele que detém todas as informações e os currículos, sendo responsável por realizar entrevistas e levantar pontos necessários.

Você, como participante da seleção, não tem como fazer essa avaliação. Qualquer análise de competição no processo seletivo em relação aos outros candidatos só tende a te prejudicar.

Por isso, o que deve ser comparado, na realidade, é o seu desempenho no processo seletivo atual com o passado. De maneira que a competição não tem que ser com o outro, mas, sim, com você mesmo.

Faça sempre essa pergunta: a minha experiência na seleção mais recente foi melhor do que a anterior? Se sim, está no caminho certo. Caso contrário, trabalhe para melhorar e não cometer certos equívocos.

Pratique para ter sucesso nas próximas seleções

Para que isso seja possível, incorpore esse exercício no próximo processo seletivo que participar: faça uma análise do seu desempenho anterior com o atual.

Como que foi? O que você achou? Onde considera que teve um desempenho ruim? Qual pergunta sentiu dificuldade em responder? Como foi a entrevista? Ficou mais tranquilo e as respostas fluíram melhor? Conseguiu demonstrar as suas habilidades para recrutador?

Se, de repente, for muito difícil fazer essa avaliação sozinho, peça feedback para o recrutador ao término do processo seletivo. Não é uma garantia que essas informações serão compartilhadas, mas pedir aumenta as chances de receber um retorno útil.

“Recrutador, como foi o meu desempenho no geral? Se esse processo seletivo não der certo, desejo ter um resultado melhor no próximo. Quais são os meus pontos a melhorar? Alguma resposta não ficou tão clara? Existe um feedback que você pode me oferecer?”

Falando isso é possível que o profissional de Recursos Humanos te responda assertivamente. Assim, você conseguirá comparar a sua evolução. É quase como se fizesse um processo de melhoria contínua. Isso vai te ajudar bastante!

Fonte: Catho